quarta-feira, junho 30

O ALEX


O Alex, esse malandro, preparava-se para enxogalhar a sopa toda. Parece que não vai passar da CAT 1, na classe dos xatarrões.O combustivel são a agua e o calor do GOM. Depois em terra, como que seca. A ver vamos.
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Por cá, o furacão tem outros nomes, que nem me atrevo a pronunciar.

terça-feira, junho 29

A CRISE SEGUE DENTRO DE MOMENTOS

Já está!

TRANSPORTES



                                                 Colapso à vista nos transportes ?????


As empresas públicas de transportes, são normalmente notícia pelas piores razões: Neste caso, não fugiram à regra, e cá estão, na ribalta, no caso por estar FALIDISSIMAS. Ou próximo disso; O que não seria grave se não tivessem servido para o pior que as más governações produzem: Gastos e mais gastos sem controle, por ninguém que nunca se sabe quem, nem ninguém nunca sabe para quê. Resta-nos o tribunal de Contas, para nos assegurar que “«não há garantias de que o Orçamento de Estado, e nessa medida, os contribuintes, estivessem a comparticipar, exclusivamente, os custos de exploração indispensáveis ao cumprimento do serviço público». Mais ainda, não há garantia «de que os serviços de transporte urbano prestado (...) apresentassem os custos mais económicos».

Ora isto quer dizer que gastam o que não têm, onde não devem. O nosso dinheiro recorde-se.

Apesar de, segundo a imprensa “ ...outro destaque é o facto dos investimentos de 2 278 milhões de euros realizados neste período - 2003/2008 - não se terem traduzido em mais passageiros - até caíram 3,5. Tá bonito tá!!!!!.

S

Também é referida a dívida de 96 milhões de euros,por parte do estado, a este grupo de empresas.

Que por acaso, e só por isso , devem 5,8 mil milhões, e a somar. Ora o que é isso para quem não fuma??? Nada, como todos sabemos.

O engraçado, é que as contabilidades artísticas permitem este tipo de situação, ou então teríamos o nosso deficit nos 12%. E esta, hem??

Como também sabemos que, ao que parece, os bancos estão a deixar de ter dinheiro para, mensalmente, custear estas empresas, verdadeiros ATL de ex quaisquer porras. E já começaram a falar..... Se calhar, este post é um exemplo.....

LEIXÔES


Algumas das melhores histórias da nossa Marinha Mercante, estão por aqui. Vá-se lá saber porquê!


O apoio da MONOBÓIA.






segunda-feira, junho 28

NA MENTIRA E NA VERDADE - A CONQUISTA



Sabem uma coisa??
Nem peixes que voam , nem canais tão estreitos que os navios tenham de ser " besuntados" para escorregar; tão pouco mares tão quentes que os peixes já venham  cozidos, e acompanhados de ovos e grelos....
A nossa governação vence todos os delírios.....
A verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima, diz o nosso povo. Mas também a  torna escorregadia .
Temos tido governantes a prometer mundos e fundos. E governados que gostam do que ouvem. É natural que assim seja.
O que não é natural, é que se minta, de forma continuada .E descuidada. E que , cândidamente, se mostrem ao Zé povinho, como acabados de roubar um par de gravadores.... Inocentérrimos.
Pelo  menos,  poupem-nos, poupem-nos .

De acordo com os dados do Eurostat, Portugal é o 9º país mais pobre da UE, ficando atrás da Grécia, Chipre e Malta. O PIB per capita dos portugueses, ou seja, a riqueza por habitante em função do poder de compra, situa-se, há três anos, nos 78%, bem abaixo da média dos 27 países da UE. O Chipre regista uns confortáveis 98%, dois pontos abaixo da média, e a Grécia tem um PIB per capita de 95%. Mas a surpresa maior vai para o arquipélago de Malta, que ultrapassou o País no ranking, situando-se o poder de compra nos mesmos 78% de Portugal, mas melhorando face ao ano anterior. Espanha, que agora surge confrontada com problemas nas suas contas públicas e é apontada pela fragilidade do seu sistema bancário, alcançou um PIB per capita de 103%.
Haverá sempre a ter em conta os imbecis. Também votam.

domingo, junho 27

LISBOA REVISTA


O passeio.

LUANDA - ATERRAGEM


No A.I.S., a imagem é elucidativa. Provavelmente, nem todos teriam o sistema " em cima", pelo que, a faltar à verdade, será por defeito.
Sente-se em todo o lado, a vitalidade do omnipresente petróleo....


O BANCO DE ANGOLA, à distancia, na marginal.

Ponta da Ilha, creio que aqui era o Ponto Final. Agora Feira Popular, com restaurantes e mais restaurantes....

domingo, junho 20

SPEEDY GONZALEZ


Estes já são do Atlantico Sul, mais rápidos.


Não me recordo de um dia sem estes compenheiros. Parece que a população mundial está bem, ou os rapazes estão mais folgados.

UM MOMENTO DE HISTORIA


Também a historia de um momento.
O da passagem da .linha. Tudo a zeros, na latitude.
Tudo se conjugou para dar a imagem aqui reproduzida. Em baixo, têm a começar de cima, a indicação que a hora é a local, juntamente com o grupo hora/data. E lá está 8 e picos da noite.... noitinha, no caso. Nem exigiu de mim esforço extraordinário. Depois o Rumo e a velocidade. E seguidamente as infos de controle, tais como as 4 milhas off course. of course!
Foi mais ou menos assim:
Ó mestre, vamos lá jantar que ainda hoje temos um equador para passar.
- Bamos, bamos..... Mas, quer mal passado ou bem passado??
- Não Mestre, é o E-QU-A-DOR.... E-QU-A-DOR, percebe, aquele salto que vamos dar, mais lá para daqui a pouco.
-OK.
E fomos. E foi, de bolo rei na mão que dei o saltito.
Para três dos tripulantes a novidade.
Ainda faltavam 1087 milhósias  para Luanda, o que desanimava o mais optimista.....


Mais de 100 horas, o que em dias dá ,deixa ver........

sábado, junho 19

MAIS VISITAS

Estes piquenos, planadores de opção ( provavelmente para escapar aos do post anterior!!!!), apareciam todos os dias. Ali pela latitude do Cabo Branco, já é um fartar...
De noite vão contra tudo o que tenha luz. E claro sem capacete, ficam com a tola toda amassada. Alem de mortos claro está. Não prestam para comer, são muito secos.

Foi das tarefas mais difíceis, apanhar a jeito estes jeitosos. Quando disparava a máquina, já lá não estavam. Perdia a focagem, sei lá quê mais.... Tenho a maior colecção de fotografias de água do mar que há memória. Nem o Joe Berardo terá coisa igual..



Mas estas estão um primor. Vaidosos. Eu também

AS VISITAS


Vindos do nada, estes fulaninhos aparecem para nos " escoltar " para fora dos seus terrenos de caça.Pelo menos, é essa a minha teoria.


Brincalhões q.b., gostam de mostrar as suas habilidades, ou então tentam impressionar.
Não dão mostras de reconhecer o meu assobio, infelizmente. Chamei-lhes tudo o que havia para chamar. Olimpicamente, ignoraram-me, preferindo a proa do naviozinho....


Havia alguns mais atrevidotes, provavelmente os alfa. Sei lá!


Isto não é cardume, pois de peixame tem pouco. Mas não sei como se chamam estas assembleias móveis....






Possuem o dom extraordinário de dormir apenas com uma metade do cérebro, mantendo a outra metade em estado de alerta. Depois, se se cansam da " posição" devem trocar. Também o " sonar" natural com que nascem é outra das maravilhas.....
É um privilégio vê-los assim, " au natural "



Lá acabaram por se irem embora, satisfeitos com o que viram.....





quinta-feira, junho 17

ZÉRINHO a 55 em 30 segundos


O zero Kms, no dizer do armador. Como navio novo que era, acumulava probleminhas, pequenos mas xatos. O consumo das suas 2 maquinas ( 1 300 bhp cada ) era um deles. E, à conta disso, atrasamos a viagem em 2 dias, pelo menos.



O dia foi assim, roleiro, mas agradável de navego.vaga muito larga.

O dia seguinte, acordou assim. O céu quase que nos caía na cabeça; Literalmente.
No espaço de 30 segundos talvez, ( o tempo de subir 1 lanço de escadas - convés / ponte), o vento subiu de 15 a 55 nós, com chuva que magoava à séria o material exposto. Que era tudo, à excepção do calção.
Depois,  durante 15 minutos o vento rondou os 360º, sempre com um barulho ensurdecedor. Ao fim deste tempo caiu para 30 nós e assim esteve muitas e muitas horas. Ou dias a 25 / 30 nozes.
São estes aguaceiros  o terror dos veleiros, que coitados, nenhuma defesa terão contra eles. A natureza, quando zangada.....( frente fria).

quarta-feira, junho 16

O SERVIÇO


Muitas vezes, por avarias, má preparação ou mau planeamento, houve situações que nos levaram a ter de improvisar. Nos tempos da pesca do bacalhau, era tarefa quase diária, este tipo de trabalho, que consistia em "passar" ferramenta, viveres, correio ou outros bens de um navio para outro, sem alterar de forma evidente a vida a bordo; Sem perder tempo, diríamos agora.
Preparou-se a artimanha com cuidado, que o material a transportar era muito pesado e precioso. Só havia 1 peça; e era a que ia viajar...




A curiosidade chamou este cachalotes, que não perdem uma.




Deixamos o parceiro aproximar-se à distancia de 1 tiro de besta, ( o tiro é nosso e a besta é ele), e lá vamos dando cabo à improvisada bóia, que é nem mais nem menos que um jerrican vazio, em plástico.
Cabos, não havia a bordo(?????), pelo menos com bitola manuseável. Usaram-se-se então as retinidas de 2 bóias, que deram um jeitão...



Do outro lado, ( da besta), havia que preparar cirurgicamente a recepção, captura e aladela para bordo. Tudo foi feito com a atenção e reparo possíveis. Aqui vê-se o artefacto.




Depois foi só largá-lo pela popa e esperar que a coisa corresse de feição. Que correu, felizmente.



Momento da " captura" do barril plástico.



E depois foi o adeus e obrigado. Claro que após termos recebido o dito jerrican de volta, que poderia fazer falta para outros voos. Que fez, pois passados alguns dias, tivemos de fazer novo " serviço", desta vez de noite. Neste caso, juntou-se a bóia à retinida, de forma a que fosse sempre visível o jerrican. Fantástico e funceminou!

terça-feira, junho 15

MAR POR COMPANHIA


Por entre baldeadelas, camisas cheias de esparguete e molho de cebola ( cebolada era a especialidade da casa, tanto que já sonhava com cebolais), lá se ia andando. Ora na frente da pequena flotilha, ora mais à rectaguarda, a jeito de guar de honra.



As surfadas eram um prazer (?) na monotonia dos dias.



Se bem que muitas vezes acreditei ter companhia.

segunda-feira, junho 14

DIAS E DIAS

That´s what it´s all about.
 Ou não será?

A COISA


Pois, é mais a coisa que outra coisa. É a coisa.
State of art do seculo passado, esta ponte hoje da para o cunsumo


Se não se for exigente. O mais agradável, era sem dúvida o " roncar " do motor, qual bólide de competição. Era o meu bocadinho, o acelarar da coisa, até respirar........

São motores com muita " disponibilidade"  para os arranques ( natureza dos rebocadores oblige). Verdadeira obra de arte. Sem um queixume, de cá para lá; Recordo, 19 dias, praticamente.

ENTRE SÓIS


Entre o nascer do sol, acima, e o por do sol, abaixo, mediavam 3 refeições e muito, muito calor. O dia nascia razoavelmente limpo, até o calor fazer o seu trabalho e encher tudo de nuvens,de uma forma avassaladora. Quase que se tocavam. Água em cima de nós, água por baixo. Aqui os aguaceiros ainda eram aguaceiros.....


Sempre mais espetacular, o por do sol encantava quem o via. Neste fase, ainda de quartos de 6 horas ( sextos??), dava para ver os dois, e isso preenchia-me o dia. Gozava com o que tinha visto, e antevia em puro deleite o que estava para vir. O resto são cantigas. Com ou sem piloto automático.

NAVEGAR

Normalmente, a precaução aconselhava-nos a usar um pouco mais de distancia, entre nós; Mas como se tratava de uma viagem de certa forma atípica, deu para tudo; A entreajuda esteve sempre presente, mesmo tratando-se dos nossos congéneres "gallegos"


A vaga larga, sempre presente, deu pano para mangas durante todos os 19 dias. Se dias houve em que, pelo nosso rumo, o incómodo era minorado, outros houve em que as coisas mais simples deste mundo., tais como comer e comer, eram muito dificultadas. Pobre cozinheiro, que com 2 mãos fazia autênticos milagres.


Depois de alcançado, é vê-lo pela popa


E a vida lá continuava, no ramerame do costume; Quartos, baixo e mais quartos. De inicio de 6 horas, até se ter um terceiro homem para o leme.



Sim, que não havia piloto automático. Raramente existe, nos rebocadores.
Mas isso fica para outra núpcias.

sábado, junho 12

LISBOA LUANDA, SEM TIRAR FORA



Saiu-se entre duas águas. Navio(zinho) pronto, logo pela  manhã procedeu-se, informalmente  ao mudar da bandeira.
Não houve comes e bebes, o que deu algum jeito, dados o atrasado da hora e o apetite de alguns tripulantes, como verifiquei mais tarde; e tardiamente.



Entre percalços, insultos e quejandos, lá se içou a bandeira correctamente, com o facalhão para cima e a estrela para baixo.

De Lisboa saíram o Montevil, que era a minha montada, e o Caramujo  a do Fernando Cagaréu. Poucas milhas afora, já se tinha esta vaga " roliça", que na primeira noite deu para dormir embalado, com os anjos.Um pouco mais à frente, esperava-nos outro rebocador, novinho ( zero kms, no dizer dos responsáveis) que  vá-se lá saber porquê,  foi feito em Espanha. Só a nossa especialização em " serviços " para explicar.
Os velhos são de cá, de 1981.

Este fim de dia, sem direito a raio verde que só foi visível lá para o o Atlântico Sul ( julgo eu que se viu;  que a minha credibilidade estava em jogo  entre os tripulantes, todos benfiquistas) esperou-nos lá por fora.
Não é seguramente "a viagem da vida" , mas é das mais marcantes. Pelas dificuldades, pelo que se improvisou, pelo que se fez, e ainda mais pelo que não se fez.Nunca se esquecem estes momentos, sempre junto à água. 55 nós de vento vindos do nada, no meio de perto de 40 graus de temperatura e 110 % de humidade.´Chuva horizontal em 20 segundos. Mas depois conta-se.