quinta-feira, janeiro 28
MV BARILOCHE
terça-feira, janeiro 26
“…..Por esse tempo os moradores de Lisboa e do arrabalde não passavam de cincoenta mil, o que está de sobejo em relação com o milhão e cem de todo o reino .
Fora mister para a total evocação do velho burgo reviver com esses antigos moradores os passados costumes ; repopular-lhe as abas das colinas, da Alcáçova à Ribeira, de cavaleiros, mesteirais, frades e matalotes; restituir aos primitivos íncolas a Mouraria e as Judarias; e variegar depois a multidão nativa com a mescla desultória de italianos, flamengos, franceses e alemães. Os hábitos e condições de vida davam à cidade uma fisionomia muito própria e totalmente diversa, não só da Lisboa de hoje, mas também àquela data das demais cidades da Europa
Era a Lisboa ardente e sequiosa, de escassos chafarizes, à beira dos quais o povo e os escravos brigavam pela vez; dos açacais com seu asno e os quatro cântaros engradados, apregoando a água pelas calçadas íngremes; e das mocinhas negras, quási nuas, que a transportavam e serviam com as airosas quartas. Era a Lisboa honrada e mesteirosa dos esteres esquecidos, — atafoneiros, regatões, gibeteiros,espareveleiros e desses escrivães do Pelourinho Velho, que, abancados às mesas, redigiam, ao sabor dos freguezes, cartas de amor, requerimentos, versos, discursos, epitáfios, — (ccoisa que em parte alguma das cidades da Europa eu vi jamais» — , diria o viajado Damião de Gois . Era a Lisboa pohcroma dos faustosos mercadores de toda a Europa, entre os quais predominavam os elegantes florentinos, reluzente das armas cavaleiras e negrejante de hábitos monásticos; e ainda a Lisboa dos moiros,.
— alvaneis, azulejadores e ceramistas, que nas tardes de festa bailava e ondulava aljubas alvas, ao som dos alaúdes e pandeiros. O marítimo burgo falazava desvairadas línguas. A veniaga cosmopolita disputava os produtos dos descobrimentos, dentre os quais àquela época avultavam o oiro da Mina e o assucar da ilha…”. ….”
A expedição de Pedro Alvares Cabral e a descoberta do Brasil , de Jaime Cortesão
segunda-feira, janeiro 25
A PESCA
ALMADA RIBEIRINHA
domingo, janeiro 24
PORT ARTHUR, TEXAS
sábado, janeiro 23
23 DE JANEIRO E A TRAFARIA
Quase se pode dizer que 23 de Janeiros há muitos. Mal contados, práí uns 2010,dizemos nós. Há quem tenha outras contas, mas para o que interessa, este numero satisfaz.
Pina Manique, personagem incontornável na nossa História a meias com o Marquês de Pombal, e com toda a certeza danadinhos com alguma caganeira ( vulgo gastroenterite) que apanharam fruto dos mexilhões e amêijoas da Trafaria, mandam botar fogo e queimar a toda a aldeia então lá existente bem como a todos os mancebos que lá se refugiavam. Acredita-se que fugiam à tropa e à guerra, que naquele longínquo 1777 se adivinhava. Mas o que conta para hoje, é carta que o Sr. Corregedor da Justiça de Santarém ( o tal Pina) escreve ao seu Mor, o do Reino, e que transcrevo aqui, como a li:
“Se o meu nascimento, embora humilde, mas tão dígno e
honrado como o da mais alta nobreza, me coloca em
circunstância de V. Excia. me tratar por TU,
- Caguei para mim que nada valho “.
“Se o alto cargo que exerço, de Corregedor da Justiça
em Santarém, permite a V. Excia., Corregedor Mor da
Justiça do Reino, tratar-me acintosamente por TU,
- Caguei para o cargo”.
“Mas se nem uma nem outra cousa consente semelhante
linguagem, peço a V.Excia. que me informe com brevidade
acerca dessas particularidades, pois quero saber ao certo se
- devo ou não Cagar para V.Excia.
Pina Manique
Corregedor da Justiça de Santarém
Santarém, 22 de Outubro de 1795
Agora digam-me lá, salvaguardando as distâncias, se não haverá por cá uns paspalhões e não são “ MOR” a precisar de uma cartinha??? Além da mala aviada, diga-se.
Bom Sábado