segunda-feira, abril 30

A MARINHA AO DOMINGO - SENHOR MARTINS

Caro Senhor Martins, Muito obrigado por nos elucidar com uma descrição tão fluida do dec. Lei que refere no comentario. ( 48/2002). Espero sinceramente que tenha usado o copy/paste, ou então vejo-me na situação deveras embaraçosa de o ter posto a escrevinhar e a gastar o tempo que nos é a todos tão precioso. Quanto ao perceber ( eu) já sei que terei em si um atento mestre. Ainda bem que assim é! Quanto ao concordar, lembro-lhe que festejámos há uma semana, uma data que marca uma NÂO CONCORDANCIA; De facto, por muito e tão bem se perceber, não concordámos - com o que estava - e veja-se no que deu. . Posto isto, deixe-me que lhe diga , Sr. Martins, que não me move nenhum sentimento contra os Pilotos dos nossos portos, antes pelo contrario, tenho de entre eles, alguns dos meus melhores amigos e camaradas. Não foi, pois, critica a minha intervenção; Foi e é mais uma “ chamada geral à navegação “, com serviço. Chame-lhe o BLIND, apesar dos tempos de paz.. Chamei a sua atenção, o que eu previa, ( óbviamente, não a si especificamente) . Pois bem deixe-me que lhe recorde o D.L : Para Oeste da torre VTS ....Facultativo, para Leste, obrigatorio. Por força do tal D/L. Curioso, se se pensar que, em países com tráfegos intensos (Norte da Europa, por ex.) , a pilotagem é feita normalmente da FAIRWAY, onde o profissional aguarda e leva ao cais, OU ATÈ AO PROXIMO PILOTO. E era aqui que eu queria chegar. Este ultimo piloto, o tal para LESTE da torre ( figurado, claro), NEM É MARINHEIRO DE FORMAÇÂO!!! Sabia com toda a certeza, mas esqurcemo-nos. Até que venha um D/L dizer que “ ... para leste da torre VTS, são nomeados os supranumerários dos ministérios da Agricultura... “ etc. Historicamente, também creio que os acidentes mais graves se deram para OESTE da torre VTS, a tal zona facultativa. Mas estamos a discutir o sexo dos anjos, meu caro amigo; Lembre-se de uma coisa: Se o senhor não der o relevo que a sua profissão merece, de todas as formas, os outros só lho retiram, e depois , os profissionais altamente qualificados são Coreanos, Filipinos, Russos, etc. Sem ofensa para os naturais destes países, que serão tão ou mais marinheiros que nós, que vivemos da fama dos nossos avós, que também eles devem ter padecido destas incompreensões. E por isso fugiram daqui. Como há-de reparar, na fotografia o meu amigo ainda não tinha chegado, e depois a posição perdeu-se . Obrigado pela atenção

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Senhor Gomes, sou um frequentador assíduo dos assuntos náuticos na internet e considero o seu e outros blogs do género da maior importância para a divulgação do meio marítimo num país dito de marinheiros.

Dei-me ao trabalho do copy paste (com algumas simplificações) apenas para deixar claro que o desembarque do Piloto em Belém não resulta da vontade pessoal do respectivo profissional altamente qualificado mas sim da aplicação de determinados procedimentos em vigor - esta é a parte do conhecimento.

Relativamente à parte da concordância posso-lhe afirmar que não concordo com esta solução economicista que não é de hoje e por isso se torna mais dificil de alterar. Como certamente saberá, infelizmente as alterações na regulamentação marítima resultam normalmente do rescaldo de um mediático acidente. Felizmente, ou talvez não, nunca aconteceu nada de muito mediático para Oeste portanto até lá não vislumbro alterações a curto prazo.

Quanto aos comentários que fez acerca dos portos do norte asseguro-lhe que existem exemplos mais felizes que o nosso mas também existem inúmeras situações que fariam corar de vergonha qualquer marinheiro sempre em nome da flexibilidade comercial.

Quanto ao relevo que dou à minha profissão com origens centenárias asseguro-lhe que é o devido, no entanto tenho a consciência de que poucos a conhecem, menos ainda a compreendem e ainda menos a respeitam vergando-se aos interesses comeciais dos dias de hoje.

Como nota final posso igualmente assegurar-lhe que eu e os meus camaradas tudo faremos para que o tal acidente mediático nunca conteça mesmo que para tal continuemos a ter que nos deslocar de Algés a Cascais para pilotar um navio porque, pasme-se, a Marina de Cascais e o respectivo Clube Naval não autorizam o estacionamento da lancha de Pilotos naquela zona.

Cumprimentos,

nmartins

Anónimo disse...

Grande Zé!
Diga o que disser o Decreto-Lei n.º 48/2002, de 2 de Março, a verdade é tua!
Haja exemplos mais felizes ou infelizes acerca dos portos do norte tu continuas a ter razão!
O mar é nosso! Temos o direito de discordar dos decretos leis, das gestões economicistas. Temos o direito de publicamente discordar de nada se fazer para defender o que é nosso, que é o mar.
O Joao Fernando um dia escreveu não sei a quem (mas responsável pela area) de termos os rádios mudos sem informações em contraste com os radios na nossa vizinha Espanha que não se calam com informações à navegação.
Respondeu-lhe esse responsável também no estilo "Os espanhois é que são atrasados.. para quê estar a falar e dar informações no radio... com voz... se existe hoje em dia meios muito mais avançados, técnicos e infaliveis sem necessidade de estar a falar no radio". Não entedeu esse senhor quanto é importante a gente do mar sentir-se acompanhado pela voz no radio. Como parece que temos companhia ali mesmo ao lado.
Discordemos do que está mal. Não nos necessitamos de calar só porque um decreto lei exige que as coisas tenham que ser feitas dentro da legalidade sem necessidade de ser comentada.
Queremos os radios as falar.
Queremos pilotagem a sério no nosso mar.
Queremos o ressurgimento da nossa marinha mercante.
Queremos profissionais altamente qualificados e portugueses.
Caso contrário..... "saia um decreto lei a autorizar o estacionamento duma lancha na marina de cascais".. e não se fala mais nisso.



Um terreiro aprendiz de marinheiro.