segunda-feira, outubro 24
REGATA BELÉM - ALHANDRA - BELÉM O INICIO
Inchado de tão airoso, o Blue Moon fez este fim de semana uma saída para o rio, ( deste vez foi rio) e subimos em regata até Alhandra, essa bela localidade, com o seu castelo altaneiro....; Mas mais a sério , fomos, como aliás é apanágio daquelas gentes, excepcionalmente recebidos, com um carinho tão natural, que nos desarma, por mais prevenidos que se chegue lá; Lembro-me de um dos directores do club Náutico, a quem eu chamava o " BOMBEIRO", e que , sem se desmamchar me foi corrigindo; Esse amigo é também um profundo conhecedor das coisas do mar, apesar de ser lá do rio; Rio e região que tem muito a ver com a nossa terra, Ilhavo e Aveiro; E ainda há muitos cagaréus em alhandra..... Lá se encontram as bateiras da ria, já por vezes alteradas, mas com a trça original bem há vista.
As fotografias retratam o inicio da prova
quinta-feira, outubro 20
SANTA MARIA MANUELA
Ainda o SMM, já na água, fotografia do Veiguinha, tirada em AVEIRO -ON - SEA. Vendo sómente o casco, parece um trambolho, ou pouco menos! Isto apesar da inegável qualidade do traço; Mas não deixa de ser um capado!
Há uma fundação com o nome do navio, e que visa, entre outras coisas, a sua reconstrução; E se nós todos dessemos uma ajuda?? pequenina que fosse? Fazer com que deixe de ser trambolho??
Espero por todos
quarta-feira, outubro 19
SANTA MARIA MANUELA
O Blue Moon I deu com o Santa Maria Manuela em fabricos, em Aveiro; O casco está, ao que parece óptimo; Falta todo o resto, um não acabar de coisas ( dinheiro).
Conheci bem o SMM na sua segunda vida, já só com motor, sob o comando do Capitão Xico Corte Real, a pescar nos bancos da terra nova, onde me perdi algumas vezes nos petiscos e tintóis dos seus paióis . Boas vidas; O João Alberto é que não gostava nada destas touradas....
TAGLIATELLI À MANA
Deixo aqui, tout court, a mensagem que o Veiga me enviou:
Esta é da minha maninha que, quando está bem disposta faz umas barrigas de freira deliciosas e uns papos de anjo divinos.
No entanto, como tratamos aqui de receitas faziveis a bordo, ficam os doces para outras alturas mais terráqueas.
Este tagliatelli ensinei-o ao nosso Arrais de Gaivotas, 2º grumete arvorado de cozinha, que a preparou na baía de Corcubion, numa noite de Julho de 2001, que lá passamos fundeados.
Reza assim para quatro garfos bons:
Numa frigideira com o fundo com bom azeite deitam-se duas cabeças de alho esmagado, 200 gramas de bacon cortado às tiras rectangulares, 200 gramas de cogumelos e temperos a gosto, dos quais os oregãos são essenciais.
Quando tudo estiver aloirado juntam-se natas frescas, um quarto de litro, e queijo ralado, do que mais gostarem, para meu gosto quanto mais forte o sabor melhor.
O Tagliatelli coze-se ao lado, de água e sal, 'al dente'.
Quando estiver cozido mistura-se a nhanha com o tagliatelli e serve-se tudo misturado.
Ahhh, muito importante é a questão da poncha.
Prepara-se previamente, ver receita neste blog, enche-se um copinho e passa-se por cima da fritura com cuidado para não enverter, uma vez de bombordo a estibordo e duas em sentido inverso.
terça-feira, outubro 18
ESPARGUETADA DE ATUM
Do nosso inefável MMMMMMMMBAS do VERONIQUE, quiçá de Aveiro ( para abreviar), cá vai mais uma das suas travessuras de cozinha, que vos digo eu que já dei cabo de algumas, são deliciosas! Esta fotografia serve, para além de demonstrar da qualidade das loiças e paramentos tacho-lúdicos do departamento de cozinha e ofícios correlativos da graciosa barcoleta BLUE MOON I, de demonstração cabal da felicidade estampada na cara do graduado,ao poder ser util a esta cambada de bons penitentes. Bom, mas a receita original está aqui; Apenas se tomou a liberdade de substituir alguns termos que no original aparecem em "galaico cxxxxlhês", por palavras de uso mais corrente; As minhas sinceras desculpas ao autor, mas, blog oblige....
RECEITA:
Esta receita, que já provaste a bordo do Blue Moon, aprendi-a em Utrech, na pisaria 'La fontana', onde o meu querido e saudoso amigo Golias, mais tarde emérito juiz, trabalhava na altura, lavando pratos e xxxendo o vinho todo ao italiano.
Numa frigideira fritam-se duas cebolas grandes em bom azeite, com alho e pimento cortado aos cubos pequeninos.
Quando estiver quase frita a cebola, cortam se lá para dentro dois tomates grandes, previamente pelados, aos bocados.
Quando a nhanha estiver espessa, baldeiam-se lá para dentro duas latas de atum, sem o respectivo azeite. Desfaz-se o atum.
Baldeiam-se então dois ou três ovos inteiros (sem a casca) e mexe-se vigorosamente para para o ovo emulsionar toda a nhanha.
O esparguete coze se ao lado, até 'al dente', de água e sal. Serve-se separado, sendo que cada um mistura as quantidades que quizer.
O pormenor do champanhe é importante: Enche-se uma flute de bom champanhe bruto, passa-se por cima da nhanha uma vez de proa a popa e duas em sentido inverso, malha-se o champanhe sem deixar verter uma só gota fora das nossas bocas.
segunda-feira, outubro 17
ATUM À LA KIMBANDA
Do armador do KIMBANDA, que em Kimbundo significa "feiticeiro”, aqui vai mais uma receita do Grande Atum em lata; É preciso ter lata, não é???
Aqui vai uma refeição ligeira “ à la KIMBANDA”
Uma boa receita, fácil, de pouco “chiqueiro” de tachos e usando a “galinha do mar”.
As doses são à vontade de cada um e medidas na base das latas de atum.
Esta é para 2 pessoas que comem razoavelmente bem,
1- Num tacho coloca-se a refogar uma cebola grande ou duas com um pouco de azeite.
2- Deixar alourar um pouco a cebola mas sem a queimar, ficar somente transparente.
3- Duas latas de atum, do qual se escorre muito bem o azeite delas.
4- Deita-se o atum dentro to tacho, mistura-se muito bem com a cebola e deixar refogar mais um pouco até a cebola desaparecer. Nesta altura e para disfarçar, juntar picante, à vontade do Comandante, um pouco de caril em pó e, quanto for necessário de azeite mas virgem ( ao gosto e segundo a escolha do Comandante mediante as medidas apresentadas e testadas).
5- Num tacho à parte, coze-se massa, 300 gramas, que pode ser esparguete, “fussiles” ,cotovelos ou outra qualquer desde que não seja muito miúda. O esparguete deverá ser partido aos bocados.
6- Colocar a massa já cozida dentro do tacho do atum, deixar cozinhar um pouco para ficar bem misturado e bem quente, juntar mais azeite ou um pouco de água, natas ou leite, se estiver muito oleoso e seco, uns pimentos de conserva encarnados( facultativo).
7- Afinar os temperos, principalmente o caril, picante e o sal.
Por último, servir generosamente, colocar pão na mesa, regar generosa e copiosamente com um bom branco muito fresco e leve (não alentejano).
De seguida, café e delicias de Portimão, Whisky “double malte” sem gelo e um bom charuto que poderá ser cubano.
sábado, outubro 15
OS INTOCÁVEIS
São o que de Melhor se fez em construção naval.... Os desenhos de hoje, se bem que mais praticos, não têm esta beleza ( que o tamanho ajudava a dar) de linhas, fluidez a dizer andamento rápido,-Qual Veronique - e senhores de muito conforto no mar, ao contrario de hoje. Podia-se ter alguma coisa cá por Lisboa, não fosse a cegueira endémica dos senhores que têm calhado na rifa ao Porto de Lisboa . Estes barquinhos são normalmente navegados no verão, para gáudio de todos os que por eles passam os olhos.... Oferta do Nosso GLOBETROTTER de serviço, o meu compadre Zé Pais.
terça-feira, outubro 11
O FURAQUINHO
O IATE(ZÃO)
Esta bucólica cena passa-se em CANNES, e o bicho que aqui placidamente pasta, foi observado pelo meu compadre Zé PAis, quando andava em trabalhos por aquela zona; Trata-se com certeza da bandeira do mar ( Madeira) , mas na mesma lamentável pois vem quilhar as estatisticas sobre o nivel de vida dos Portugueses.....
Bela Barcoleta, talvez tão graciosa como o Veronique, quiçá o Blue Moon I
FALUA
VINCE O TERROR DAS CARAÍBAS
Pois, já sei que vão dizer que é a versão soft, que foi feito só para nós, e os mais aguerridos vão com certeza atirar com um despejo de Cuba, ou algo assim.... Mas reparem na volta deste menino(?) : Cabo Verde, Antilhas ( fica bem) e agora Europa( tinha bilhete de ida e volta); Além de ser O primeiro da década, foi o primeiro do Século, para não falar do Milénio.
segunda-feira, outubro 10
O DEFUNTO OU A VÃ ESPERA
A CANOA DE LISBOA
Bacalhau à CARMEN PIÑON
Do AMIGO e mmmmmmbas(?) do Veronique, mítico veleiro da nossa praça, o mais belo veleiro do......
Este fim de semana descobri uma escritora brasileira, Nélida Piñon de sua graça. O Verão passado, em Ponteareas, na Galiza, conheci uma senhora brasileira, que se não era esta escritora, era Jezebel por ela.
De qualquer forma, a meio da entrevista, descreveu a forma como a sua mãe fazia o bacalhau, que me chamou a atenção.
Chama-lhe bacalhau à Carmen Piñon, a sua mãe, e é muito parecido com o nosso bacalhau abanado. Recomendo a experiência.
A diferença para o 'abanado' é que o azeite é previamente aquecido com o alho esmagado, antes de se baldear para dentro do tacho, com os mesmissimos ingredientes do 'abanado', acrescidos de pimento cortado aos cubos pequeninos e de corintos, a gosto. Sem agua também.
Claro que o copo de gin é imprescindivel, passado de bombordo a estibordo uma vez e duas em sentido contrário, e bebido de seguida sem entornar nenhuma gota fora da boca
quarta-feira, outubro 5
COSTA NOVA E OS VOUGAS
Serão sempre um ex-libris da bonita praia e terra que é a Costa Nova; A classe VOUGA nasceu porque parece que havia algumas pessoas da região com garagens iguais, ou pelo menos muito semelhantes; Série de 4 fotografias enviadas pelo Batelzinho ( eng. Batel para todos os não intimos), lidissimas a deixar saudades.....
domingo, outubro 2
O CAPITÃO FERREIRA
Encontrei esta fotogtrafia, que me foi oferecida em tamanho gigante pelo amigo Arsénio Nunes, também ele com um pézito sempre dentro de água.
Este navio(zinho) comportava 54 pescadores, 2 oficiais de ponte onde se incluia o Capitão, 6 homens na máquina , 3 cozinheiros, 3 moços , um empregado de messe, carinhosamente o gamelas CALDAS ( uma jóia) 1 enfermeiro e um cão ; A todos era requerido uma boa dose de insanidade mental : A uns mais que a outros, mas a vontade era tamanha, que só uma vez me recordo de ter descarregado um motorista em St. John's NFLD, após 23 dias de viagem entre Alicante e o dito porto do canadá; 23 dias que o senhor em questão passou deitado a vomitar e a chorar o que tinha e o que não tinha.....
Se me conseguirem dizer ( adivinhar) onde cabia esta malta toda.....
Para que nunca me esqueça, deixem-me que lhes diga que não havia uma única escada com esse nome no navio; Todas elas eram uns ferros na perpendicular...... Durante a faina da pesca e a navegar , o cão subia-as todas - na horizontal ou quase...... E não era artista de circo .... as escadas é que se deitavam , como tudo o resto; E assim o cao passeava por todo o navio!
terça-feira, setembro 27
Bacalhau Abanado
Do nosso muito querido João Veiga, o mais famoso dos bacalhaus.... O ABANADO......
......Era a forma como a minha mãe preparava mais vezes o bacalhau nos tempos que ainda morávamos em Ilhavo.
Mais tarde, já em Aveiro, e porque sempre arranjavamos bom azeite da Beira Alta, a saber a azeitona, era também como se preparava o bacalhauzinho. Saboroso e fácil de fazer. De a gente se rechupar toda.
O truque, como em quase todas as receitas que faço, é ZERO de água.
Num taxo governadeiraço, chapa-se cebola às rodelas, uma por posta de bacalhau, batatas às rodelas, duas por posta, muito alho, duas folhinhas de louro, picante a gosto, uma colher de pau pequenina de pingue, cuidado com o sal, e as postinhas de bacalhau, uma por moinante.
Deita-se tudo às camadas e em cru.
Rega-se abundantemente com azeite da melhor qualidade.
Tapa-se e deita-se ao lume, primeiro forte e depois muito ligeiro, abanando sempre com o taxo tapado.
Nem uma gota de água , não sejam estrampadeiros.
Muito importante é o vinhinho branco.
Enche-se um copinho de cagulo e passa-se por cima do taxo, quando este estiver a ferver, uma vez de popa à proa e duas em sentido inverso, sem baldear uma só gota do vinho no taxo. Depois escorripicha-se o copinho aproveitando os aromas exalados.
ZITONI IBÉRICO A LA FLAMINGO
Da SEGUNDA melhor tripulação do mundo ( QUE É QUE ESPERAVAM????) veio esta maravilha, que a meu ver, tem que ser apreciado rapidamente, e em sede própria.
Mas vamos aos escritos:
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Louvamos, com prazer e apetite, a iniciativa de publicar magnificas receitas neste fantástico blogue do nosso Guia Espiritual, o cmdte. Angelo.
Todavia, nós, os tripulantes do Flamingo, embarcação modesta quiça, mas esforçada, interrogamo-nos sobre a exequibilidade da preparação destes acepipes em mar aberto, com os tachos a caírem da minúscula bancada, o fogão a dançar o samba, os temperos a darem sabor ao soalho, as cabeçadas, etc.
Assim, propomos uma receita minimalista para os navegadores em “classe turística”.
Ingredientes para 3-4 pessoas:
· 300 g. de massa (fusilli tricolore ou outra qualquer)
· 1 tortilha pré fabricada.
· 2 latas pequenas de cogumelos cortados.
· 1 pacote pequeno de natas
· azeite qb.
· 2 malaguetas
· sal e oregãos qb.
· Numa panela marítima cozer a massa “al dente”-5 a 8 minutos (não esquecer de esperar que a agua ferva e de acrescentar sal a gosto).
· Numa frigideira pequena deitar 2 colheres de sopa de azeite e deixar aquecer.
· Cortar a tortilha aos pedaços e escorrer os cogumelos.
· Deitar os pedaços de tortilha, os cogumelos e as natas e deixar cozinhar um pouco.
· Numa terrina marítima deitar a massa escorrida e a mistura da frigideira e mexer bem.
· Servir em pratos de sopa, para não entornar.
Como remate, para quem tem essa sorte, pode acrescentar-se um belo sorriso da skipper de serviço.
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Glossário:
Panela marítima: Panela anti-aderente, com tampa perfurada para facilitar o escorrer que se compra nos supermercados por meia dúzia de Euros ou nas casas de aprestos marítimos por um balurdio.
Terrina marítima: Terrina de plástico resistente ao calor que se adquire nas grandes superfícies por poucos Euros ou nas casas de aprestos marítimos por uma fortuna.
domingo, setembro 25
A MINHA TERRA
sábado, setembro 24
O OLEÂNICO GERMÂNICO
Diz quem sabe:
Para que as fotografias tiradas a seguir ao almoço fiquem com as cores, nitidez e realce necessários, recomenda-se uma beberragem, de origens manhosas, quiçá germânicas, de cor escura e viscosidade oleanica, um cálice apenas, e de resultados inesperados.Em alternativa a poncha, essa de resultados surpreendentes sobre a qualidade das fotografias e dos discursos sobre direito corporativo, optima para inchaços, unhas encravadas, penariços, bicos de papagaio, queda de cabelo, perda de apetite, sexual e boqueiro, enfim, uma autentica panaceia, que, para além das optimas fotografias obtidas, proporciona um discurso fluido, adjectivado e coerente.Ver receita uns posts abaixo.
Esta deliciosa imagem, documenta o momento em que o autor destas tão sábias palavras, aterrou no bico da proa e por lá ficou prostrado pelas primeiras cem milhas de navegação.... APÓS O OLEÂNICO GERMÂNICO......
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