quinta-feira, julho 20

CAPITÃO FERREIRA - A PESCA

Aqui o CApitão Ferreira durante a campanha de pesca ,mostra o paninho de tempo, que lhe permitia manter a proa ao vento e possivelmente manter-se atravessado à ondulação, ganhando assim espaço para mais uns quintais preciosos de peixe, que era daí que vinha o salário de todos.
Fotografia rarissima do navio, MAIS do que SOBRECARREGADO, ( com muito peixe), o que levou a que o Comandante TAVARES de ALMEIDA , na altura a comandar o GIL EANES e com autoridade sobre todos os navios portugueses na pesca do bacalhau, a proibir o navio de continuar a pescar, e a só regressar a PORTUGAL se acompanhado por outro navio; Eram assim aqueles dias ; Era assim a nossa raça.
Repare-se no bordo livre ( a madeira que fica fora de água, no convés).
Tenho um filme, perdido na TERRA NOVA ( 8 mm) , que mostra isto em cores e com a agua a saltar lá dentro; O RAULZINHO TAMBÉM terá, creio eu!!!!
Modernamente, o navio não sairia de Lisboa, pois os bacalhaus com toda a certeza que se recusariam a saltar para o bordo, para o sal; E o sal tinha de vir embalado, em saquetas de quartinho, para não estragar as mãos e não ser pesado.
Ou então já teria bandeira ESPANHOLA!!!!!!

CAPITÃO FERREIRA NAS CAMPANHAS DA PESACA DO BACALHAU

Naquele tempo os navios ( alguns) usavam um estai ou um triangulo de tempo, por forma a ajudar a manter o navio mais aproado ao vento, ou ao que resultava do vento e da corrente; Mas também ajudava o navio a manter-se atravessado à corrente e " dar rolo" - balanço transversal BB-EB - por forma a acamar melhor o peixe já no sal, desde que a ondulação o permitisse.
Na outra imagem o navio, aqui fundeado, antes da sua sua viagem inaugural, airoso; Para os tempos de hoje, é pequeno; No entanto, naquela época era uma das maravilhas; Recordo que, quer o camarote do Comandante quer o do Imediato, já possuiam casa de banho, o que evitava vir à borda apanhar ar...
As madeiras utilizadas eram uma espectacular mistura de madeiras exóticas, com o mobiliário irrepreensível, até para os dias de hoje; Pena era que a porta do camarote do Imediato ( o navio não tinha passagens interiores) não vedasse a agua do mar, quando o tempo estava de BB; Ainda hoje recordo a roupa das duas gavetas inferiores da " cómoda" completamente inutilizada, logo no primeiro temporal que apanhámos; O AMAURI esqueceu-se de me avisar, o malandrão.....

terça-feira, julho 18

IVIGTUUT - GREENLAND

Encontrei esta fotografia da mina , para onde, no verão e só no verão, fazia viagens de Copenhaga para carregar CRYOLITE, que é uma espécie de terra, mas ao contrário; Já descrevo a seguir na lingua materna da fulana; Não sabia que tinha ajudado a acabar com a raça; Eram viagens muiiiiiito tormentosas, sempre debaixo de muito mar; O Cabo Farewell, ou estava a dar porrada, ou ia começar a dar; Nunca vi aquele cabo bem disposto; Faziamos este trafego entre Maio e Novembro, dependendo sempre das condições de gelo; Foram viagens muiiiiito proveitosas, para mim. A mina tinha uns 30 funcionarios, 2 cozinheiras locais e 3 cães; Em Novembro, fechavam a loja; Lá próximo, havia muitos descendentes de Portugueses ( ARSUK) , segundo afirmação de uns oficiais (??) da localidade que foram a bordo presentear o navio com uns salmões, que o cozinheiro fez o favor de fazer de CALDEIRADA; Creio que ainda há muito gente que não gosta de salmão por este facto.
Cryolite (Na3AlF6, sodium aluminium fluoride) is an uncommon mineral of very limited natural distribution. It is mostly identified with the once large deposit at Ivigtût on the west coast of Greenland, which ran out in 1987. It was historically used as an ore of aluminium and later in the electrolytic processing of the aluminium rich oxide ore, bauxite, which is a combination of aluminium oxide minerals such as gibbsite, boehmite and diaspore. The difficulty of removing aluminium from oxygen in the oxide ores was overcome by the use of cryolite as a flux in order to extract the aluminium metal. Now, as natural cryolite is too rare to be used for this purpose, synthetic sodium aluminium fluoride is produced from fluorite for this purpose.~ A curious note about cryolite is the fact that it has a low index of refraction close to that of water. This means that if emersed in water, a perfectly clear colorless crystal of cryolite or powdered cryolite will essentially disappear. Even a specimen of cloudy cryolite will become more transparent and its edges will be less distinct, an effect similar to ice in water except that the ice floats.

A PERDA DO SANTA MARIA MADALENA

Vista Satélite (GOOGLE) da região de faringehavn, na posição de 63 graus Norte e 42 minutos, e 51 graus Oeste e 33 minutos, onde encalhou o Santa Maria Madalena.
Imagens do Santa Maria Madalena, encalhado, a ser auxiliado por um rebocador, mas que provaria ser inutil. Acabaria ali

SISTER SHIPS

O Inacio Cunha a navegar, aqui ao lado e mais em baixo o seu irmão gemeo, o Elisabeth, a entrar a barra. Sister Ship, que em Inglês são madamas.....
O Elizabeth, que acabou os seus dias em Ilhavo, tem o nome da esposa do Cmdt. Tenreiro; De facto, Pouca gente saberá que o nome da esposa do Cmdt. Tenreiro era Elizabeth, daí o nome do navio. A SNAB já depois da revolução mandou construir um arrastão de popa com o mesmo nome. Outros exemplos , que creio são verdade: O n/m "Vimeiro": Nome da povoação onde nasceu Salazar. O n/m "Sernache": Nome da povoação onde nasceu o Cardeal Cerejeira. O arrastão "Comandante Tenreiro" de 1950, como era por demais evidente, o seu nome foi imediatamente alterado para "Groênlandia", um pouco à guisa da PONTE. Como diria o ARRAIS: Podem mudar as coisas ou os nomes , mas a história não se apaga. Quer seja para o bem ou para o mau. Eu acrescento: Pois é!

segunda-feira, julho 17

ELIZABETH

Outro serviço que o GIL EANES prestava à frota - eram muitos, de facto - aqui a abastecer de combustivel, o navio, ancorado no pesqueiro.A olhar para a proa ( já bem metida), direi que não faltava muito para vir para Portugal.
Este navio incendiou-se na em Ilhavo ( Gafanha), acabando aí a sua longa vida de pescador.

ANTONIO COUTINHO

O ANTONIO COUTINHO, aqui a fazer serviço com o GIL EANES, onde se trocava o correio, e se abastecia alguns frescos , que as estadias nos pesqueiros eram grandes. O navio está fundeado, e o Gil Eanes deverá ter atracado a ele ( no alto mar, em dia excepcional). Tem o ferro na água e o balão içado.

sexta-feira, julho 14

S.RUY

O S. Rui , em fotos algo distanciadas; Como navio à linha e como de redes de emalhar; O Rucas era um navio extraordinário. O salão de Oficiais ( na rabada, ) era imponente; O latão polido era o metal mais visto, e como reluzia; As 5ª feiras deviam ser um tormento, com o cheiro.... O Rucas fazia parte de uma encomenda de 5 navios mandados construir pela Sociedade Geral de Transportes Marítimos, a "SG", em 1939. Dois deles, o "São Ruy" e o "Santa Maria Madalena" foram dispensados pela"SG" à Empresa de Pesca de Viana e transformados em navios para a pesca à linha. Eram da classe do "São Macário" e do "Mira Terra" . Depois do "José Alberto", lugre-motor adquirido na Dinamarca em 1935, foram os dois primeiros navios-motor, construidos em aço para a pesca do "fiel amigo". O "São "Ruy" foi estreado pelo Capt. Aquiles Gonçalves Bilelo, que se reformou no final da campanha de 1951, sendo substituido pelo seu filho Capt. José Pelicas Gonçalves Bilelo que o comandou até à campanha de 1962. Na campanhas de 1963 foi comandado pelo Capt. Joaquim da Graça Agualuza (Capt. Quim da Graça) e em 1964 pelo Capt. Francisco Marques. Depois de 1964 foi comandado pelo Capt. José Soares ( mais conhecido entre os amigos e companheiros pelo Zé Formiga). Sucedeu-lhe o Capt. Óscar Fernandes, filho do Capt. Manuel José Fernandes .Na primeira viagem do navio a pescar com redes de emalhar ,embarcou o Capt. Óscar. Passou para o Cap. Paroleiro, e a partir daí, pouco sei. Convidado para comer bastantes vezes, impressionava-me sempre com o seu salão; O comer já não recordo, mas o peixe era fresco.....

OS QUATRO JULIAS

Fotografia histórica , com os 4 Julias atracados na Figueira da Foz. Julia 1 a Julia 4; Inicialmente pertença da firma Mariano & Irmãos e depois da Atlântica Companhia Portuguesa de Pesca, onde debutei nestas lides.

O DOM DENIS OU O D. DENIZ

Conta-se que este veleiro saía para as campanhas ora com um Z no final do nome, ora com um S, dependendo do estado do pintor o seu nome. Deve ter causado alguns embaraços.... É um veleiro lindíssimo

quinta-feira, julho 13

MATCH RACING

Na sua versão mais musculada, pois então....

D. SEBASTIÃO

Será que ????? Às tantas, ainda o temos por aí.....

100 ANOS ANTES

FÓQUINPLÊNTINAISSE, diria o João Alberto. Eu, fico sem palavras

FORÇA, FORÇA, FORÇA

Acabei de " surrapiar" esta fotografia neste site que está indicado; Não devo ir preso, mas tive de o fazer, pela força que esta fotografia me transmite, - poderoso o navio bem mareado, com ( presumo eu ) todo o pano. Espetacular. É pena não se ver o resto....

AI VEM O RESTO.....

Digam lá se o resto não está bem composto???? ~ Só falta dizer que são espanhóis....

O BIGODE

Por apara este.

segunda-feira, julho 10

O TACHO

O Asterix acaba sempre as suas estórias com um banquete; Pois nós , fazemos um intervalo a meio para A TACHADA , e aqui estão os personagens desta semana; A Isabel, insigne cozinheira de favas e carnes com chouriços, promovida a patroa de finger; O Zé Cunha Lima, a modéstia mete-o atrás do Afonso, que estava na sua 6 dose faval..... O D. Outão estava em amena cavaqueira video conferenciada, em pêlo ( da cintura arriba, note-se), a explicar que não aguentava a gravata, com aquele calor.... O Xana estava como sempre.... A comer e a comer e a comer! O tinto foi Dão qualquer coisa. algumas garrafas !

MUJE

Segundo parece, este " restaurante " que estava atracado na parte Norte da Doca do Espanhol, faliu; O Porto de Lisboa precisou de movimentar o dito, e, sem água vai ou água vem, agarra nele e reboca-o para o lado sul; Esta manobra foi feita na maré cheia; Vai de passar cabos e amarrar o " restaurante ", bem ammarado, não fosse o muge " mugir " pelas praias e barras do nosso pais; Pois tão bem amarrado ficou que só parou no fundo da doca, a alguns metros de profundidade; Ontem, para meu espanto, já estava ao sol, novamente.

CORTE E COSTURA

A tripulação deste paquete não será NUNCA uma tripulação normal; Tirando um ou outro marinheiro mais velhote, ( e que deverá rondar os 7o anitos) não haverá na marinha nacional gente para tripular uma coisa destas; coser velas, preparar os cabos com costuras, etc..... Isso não se compra já feito?? deveria ser a pergunta mais comum; Eu sou um má lingua....
Auto-virantes, e só tem uma vela grande.

CLUB MED

ao sair da Doca de Alcantara, deparou-se-me este quadro; O barquito da frente, - lanchão - deverá ter 30 ou mais metros; É bonito, e grande; O de trás, um veleiro estranho, ( já conhecido) mas também muito bonito; Creio que se trata do antigo CLUB MED ; Gostava de ver o casco por baixo..... os UNDERWARES dele.....

quarta-feira, julho 5

CAPITÃO JOÃO MATIAS

Faleceu na quinta-feira passada o Capitão João Fernandes Matias, com 80 anos de idade. Foi comandante do navio "Gazela" de 1952 a 1957 , do navio "Creoula" de 1958 a 1969 e comandante do "Neptuno" de 1970 a 1973 . Seguidamente embarcou nos navios da " Econave ", de onde se reformou. Ainda tive o prazer da sua companhia, nos muitos e muitos passeios a pé que davamos , sempre que nos encontravamos nos portos de escala; Foram poucas vezes, para mim.
Ao Manel, companheiro do Liceu de Aveiro, das viagens na PONGA do Charlim e de outras loucuras , os pêsames de todos nós .
Também sentimos a perda.

O LUGRE ARGUS

Como era, nos tempos de pescador, e como é na actualidade, como navio de cruzeiros à vela. Lugre com motor, em aço, ( ou em ferro, nos dizeres da altura) construído na Holanda em 1939 para a Parceria Geral de Pescarias, Lda, em Lisboa; Fez a ultima viagem em 1970. Em 1950, Alan Villiers escreve a bordo o “ The Quest of the Schooner Argus ”, que daria origem a um artigo para a National Geographic Magazine em 1952,Maio, com o titulo “I Sailed With The Portuguese Brave Captains “. Claro que sei da “ encomenda “, mas em boa hora se fez, pois assim deu-se a conhecer ao mundo a pesca do bacalhau, e a forma como esta era feita, com os dóris de um só homem.

INACIO CUNHA COM NAUFRAGOS

O " Inácio Cunha" na entrada em Leixões no final da campanha de 1950 com os naufragos do "COVA DA IRIA" era seu Comandante o Cap. João dos Santos Labrincha e do navio naufragado o Cap. Carlos Fernandes Parracho . Todos os espaços do navio deviam estar sobrelotados, com mais sessenta e tal homens a bordo.

terça-feira, julho 4

O ACORDAR

É sempre assim, lá a bordo; Cozinheiro de serviço aos tachos, tudo posto em cima da mesa, mas há sempre um mas.... Faltam a toalha, falta o guardanapo, falta o sumo ou não é do que eu queria.... Depois dá isto.... Que bela manhã....

segunda-feira, julho 3

O MONSTRO

O nosso almoço a chegar; Era muito grande para lula; deu para os 3, bem estufada.

Ainda se apanhou 2 parguinhos e um outro que não sei o que era.... Mas estava-se a viver uma época extraordinaria, e por isso , foram de novo para o mar, bem vivos, mas com alguns dentes avariados.

O OUTRO DIA

A manhã, estremunhada com a hora, mostrava a carinha do mal dormido; No BLUE MOON, por outro lado, já nos afadigávamos a consertar a bomba da "casinha" , que tinha dado o badagaio no dia anterior, e embora todos andassem inchados, desde que ninguém se baixasse, tudo estava bem. E esteve.
Bomba reparada, deu - se inicio às hostilidades; Eu fui `a pesca!

O FIM DA FESTA

Para nós foi; Para os foliões do costume, foi o começo; O Sol já brincava com Cascais; Fomos comer assim. Mas consolados, e como a imagem atesta, sem gás nenhum.... completamente esvaziados, flats,

ENGALANADOS

Como a festa era nossa, vestimos o BLUE MOON com a roupa que tinhamos..... Uma bandeiras do CONTINENTE a 1 dólar 4; Procuramos soutians e não havia a bordo, felizmente!

ATÉ OS COMEMOS

As imagens relatam o momento exacto em que a tripulação do BLUE MOON desembarcou para dar a boa nova aos veraneantes das praias de Cascais; Tinhamos derrotado - o Ricardo tinha - os bifes.

quinta-feira, junho 29

FERIADO

É É claro que apanhar uns largos no mar também não era mau; E trabalhar também não o é! Digo eu.

DIA DE S. PEDRO EM SINTRA

Pois hoje é feriado cá em Sintra-On-Sea; A fotografia espelha o meu desejo; Água tranquilas, as batatinhas porqueiras ao lume, e um longo dia de NADA pela frente..... Mas estou a trabalhar......