segunda-feira, outubro 2

ANTONIO COUTINHO

Três aspectos da vida de um navio de pesca; Na faina de pesca, com os quetes ajeitadinhos, fundeado à espera dos botes e a navegar; Reparem como os embornais deitam fora a agua embarcada.....Quer dizer que já tem bastante peixe, e que a água já anda pelo convés.
Em todos os navios desta época, a vivencia estva dividida pelos castelos: À proa a cozinha e o rancho, com beliches para a maioria dos pescadores. A ré, alguns pescadores, contra-mestre e os motoristas, capitão e imediato. Não embarcavam piloto. Esta ordem fazia com que a comida fosse confeccionada à proa e comida na câmara`a ré, depois de passar pelo convés. Em dias de temporal, e eram muitos, imagine-se como era.... Muita vezes, os empregado de camaras chegava todo sujo de comida, nas mãos, cara e peito, mas a jurar que a comida não tinha caído, e ele com ela, e nós sorríamos e comiamos sempre....

3 comentários:

Anónimo disse...

A causa do afundamento do "António Coutinho",em Setembro de 1965 e propriedade da Sociedade Lisbonense de Pesca de Bacalhau, Lda., de Lisboa, comandado pelo capitão Carlos Henriques Fernandes, foi por água aberta. O navio foi construido na Gafanha da Nazaré em 1945 e por conseguinte com 20 anos. Tinha 729,29 TAB, 430,57 TAL, capacidade de carga de 10887 Quintais (de 60 kgs) de bacalhau verde e uma tripulação de 21 homens e uma companha de 56 pescadores.
Quando o seu comandante percebeu que o navio estava irremediávelmente perdido, distribuiu a sua tripulação pelos navios que se encontravam nas próximidades, não tendo sucedido nada de anormal à equipagem.
Os naufragos seguiram em avião fretado de St. John's para a Portela, onde foram recebidos por José Maia Águas, chefe dos Serviços de Assistência do Grémio dos Armadores de Navios da Pesca do Bacalhau, Vasco Pinto de Sousa, chefe dos Serviços da Mútua dos Navios Bacalhoeiros e por um representante da Sociedade Lisbonense, proprietária da unidade.
Foram imediatamente pagas aos naufragos todas as indeminizações e soldadas por perda de haveres e prejuizos calculáveis em relação ao pescado, seguido depois para suas casas, onde certamente eram esperados com ansiedade.
O Traineira

Anónimo disse...

O "António Coutinho" foi constrúido em 1945 na Gafanha da Nazaré, por Manuel Maria Bolais Mónica e inicia a sua actividade na campanha de 1946.
Naufragou por água aberta em Setembro de 1965, no Banco FYLLAS",Groenlândia.
O "CÃO DE BORDO"

Anónimo disse...

Quetes ajeitadinhos????
Quem dera que todos os dias tivessem sido assim.No fim do dia dizia-se "por hoje Deus deu, amanhã Deus dará!"
Com os quetes como estão a escala e a salga foram pela noite dentro, a rapaziada estafou-se de trabalhar e se não viesse mau tempo às quatro horas da manhã o capitão mandava o marinheiro da vigia dar os "louvados": "Seja louvado e adorado Nosso Senhor Jesus Cristo, são quatro horas da manhã, vamos preparar para arriar."

Tempos duros e dificeis!
O MESTRE DE SALGA