O Capitão Schettino está em
tribunal, já culpado e ainda não acusado, da perda de 32 vidas e, igualmente,
da perda do seu navio. Isto , para além da destruição do ambiente marinho,
porventura o mais caro às noticias.
O Capt. Schettino, como todos os
capitães, tem um conjunto de oficiais em quem delega responsabilidades, nas
respectivas funções. Esses oficiais, ao contrario do que se possa pensar, não são escolha do Capitão, antes impostos
por conceitos economicistas difíceis de entender.
Modernamente, nem o armador sabe
quem tem a trabalhar para si.
Hoje em dia, é vulgar verem-se
perfeitos lavradores, titulados pelos mais variadíssimos certificados,
embarcados e embasbacados, a desempenharem
as mais variadas funções de forma normalmente pouco ou nada eficaz.
Provêm normalmente de países sem contacto com
o mar, ou então com muito pouca tradição marítima.
Pelo contrario, em países ribeirinhos,
tradicionalmente marinheiros, são desincentivadas todas as profissões ligadas
ao mar, com a excepção, como tenho referido, da versão lusa da arte de vender BOLAS DE
BERLIM, ao sol de verão.
Talvez seja esta, uma das
principais razões da subida do numero de acidentes, e igualmente do incremento
da gravidade dos mesmos. Tem-me sido referido por observadores mais atentos, que apesar do
menor numero de navios que sulcam os mares, da maior panóplia de novas
tecnologias, e de uma suposta melhor ( ??) formação de todos os intervenientes,
os acidentes acontecem com demasiada frequência.
Provavelmente o COSTA CONCORDIA
será um dos casos.
Construído para albergar 5 000
almas, deveria ser um dos expoentes da nova construção naval.
Parece que não o foi. Com uma
rasgo “ à la Titanic”, demorou pouco mais
de uma hora a ficar com está, e, não fora o facto dos fundos serem baixos, teríamos
porventura algo de diferente , para muito pior, como tema de conversa.
A industria do turismo embarcado
movimenta muito mais dinheiro do que o que está agarrado à simples venda dos
bilhetes.
Talvez por isso se fale tão pouco
deste caso, e haja tantas desculpas para explicar o inexplicável. Por isso
também deixo cair o caso, mas nada satisfeito.
Registo contudo, que o Capt. Envolvido,
fruto talvez do seu desvairo,(?) não deverá ser ilibado, mas se o
condecorassem, não viria grande mal ao mundo.
A INDUSTRIA assiste a este
desenrolar impávida e sereníssima. As administrações, igualmente, ao confiar
cegamente em nomes.