Há já algum tempo que eu não via uma regata tão concorrida e tão colorida; esteve a nata cá no rio, e houve de tudo...
Para o Anónimo Zé : SIM , claro que é Lagos, a nossa -não aquela coisa no Golfo da Guiné- sempre bonita e marinheira; Comemora-se este ano os 500 anos dos descobrimentos, pelo que a cidade teve este fim de semana um certo ar medieval; Pena ter ficado no ar a ideia de cidade ocupada, tal o numero de "guerreiros espanhóis" que se via... Claro que a explicação é simples: Trata-se de uma empresa espanhola que faz este tipo de eventos ( Medievais, com feira, atrações, duelos e tudo o mais que os fulanos de 1500 se lembrariam ) e que faz desloocar aquela miriade de actores - Espanhóis e Marroquinos ; É , tinha um ar de festa deslavada, mas enfim..... Festejámos a nossa obra, é o que importa....
O dia seguinte, que seria o Alhandra - Belém, nasceu assim, branco, que não se via um palmo À frente do nariz..... Claro que com este tempo, vento nem vê-lo, e assim, viemos todos coladinhos uns aos outros, depois de convenientemente se anular a regata, de forma a tentear o fundo, que a coisa não era para brincadeiras....
Correu tudo bem, e chegámos a Alcantara sur Mer dentro da hora prevista; O Xana ligou de imediato o Evaporador de particulas e comemos um bom rolo de carne e as cervejolas da praxe- até acabarem.!
Inchado de tão airoso, o Blue Moon fez este fim de semana uma saída para o rio, ( deste vez foi rio) e subimos em regata até Alhandra, essa bela localidade, com o seu castelo altaneiro....; Mas mais a sério , fomos, como aliás é apanágio daquelas gentes, excepcionalmente recebidos, com um carinho tão natural, que nos desarma, por mais prevenidos que se chegue lá; Lembro-me de um dos directores do club Náutico, a quem eu chamava o " BOMBEIRO", e que , sem se desmamchar me foi corrigindo; Esse amigo é também um profundo conhecedor das coisas do mar, apesar de ser lá do rio; Rio e região que tem muito a ver com a nossa terra, Ilhavo e Aveiro; E ainda há muitos cagaréus em alhandra..... Lá se encontram as bateiras da ria, já por vezes alteradas, mas com a trça original bem há vista.
As fotografias retratam o inicio da prova
O Blue Moon I deu com o Santa Maria Manuela em fabricos, em Aveiro; O casco está, ao que parece óptimo; Falta todo o resto, um não acabar de coisas ( dinheiro).
Conheci bem o SMM na sua segunda vida, já só com motor, sob o comando do Capitão Xico Corte Real, a pescar nos bancos da terra nova, onde me perdi algumas vezes nos petiscos e tintóis dos seus paióis . Boas vidas; O João Alberto é que não gostava nada destas touradas....
Esta é da minha maninha que, quando está bem disposta faz umas barrigas de freira deliciosas e uns papos de anjo divinos.
No entanto, como tratamos aqui de receitas faziveis a bordo, ficam os doces para outras alturas mais terráqueas.
Este tagliatelli ensinei-o ao nosso Arrais de Gaivotas, 2º grumete arvorado de cozinha, que a preparou na baía de Corcubion, numa noite de Julho de 2001, que lá passamos fundeados.
Reza assim para quatro garfos bons:
Numa frigideira com o fundo com bom azeite deitam-se duas cabeças de alho esmagado, 200 gramas de bacon cortado às tiras rectangulares, 200 gramas de cogumelos e temperos a gosto, dos quais os oregãos são essenciais.
Quando tudo estiver aloirado juntam-se natas frescas, um quarto de litro, e queijo ralado, do que mais gostarem, para meu gosto quanto mais forte o sabor melhor.
O Tagliatelli coze-se ao lado, de água e sal, 'al dente'.
Quando estiver cozido mistura-se a nhanha com o tagliatelli e serve-se tudo misturado.
Ahhh, muito importante é a questão da poncha.
Prepara-se previamente, ver receita neste blog, enche-se um copinho e passa-se por cima da fritura com cuidado para não enverter, uma vez de bombordo a estibordo e duas em sentido inverso.
Do nosso inefável MMMMMMMMBAS do VERONIQUE, quiçá de Aveiro ( para abreviar), cá vai mais uma das suas travessuras de cozinha, que vos digo eu que já dei cabo de algumas, são deliciosas! Esta fotografia serve, para além de demonstrar da qualidade das loiças e paramentos tacho-lúdicos do departamento de cozinha e ofícios correlativos da graciosa barcoleta BLUE MOON I, de demonstração cabal da felicidade estampada na cara do graduado,ao poder ser util a esta cambada de bons penitentes. Bom, mas a receita original está aqui; Apenas se tomou a liberdade de substituir alguns termos que no original aparecem em "galaico cxxxxlhês", por palavras de uso mais corrente; As minhas sinceras desculpas ao autor, mas, blog oblige....
Do armador do KIMBANDA, que em Kimbundo significa "feiticeiro”, aqui vai mais uma receita do Grande Atum em lata; É preciso ter lata, não é???
Aqui vai uma refeição ligeira “ à la KIMBANDA”
Uma boa receita, fácil, de pouco “chiqueiro” de tachos e usando a “galinha do mar”.
As doses são à vontade de cada um e medidas na base das latas de atum.
Esta é para 2 pessoas que comem razoavelmente bem,
1- Num tacho coloca-se a refogar uma cebola grande ou duas com um pouco de azeite.
2- Deixar alourar um pouco a cebola mas sem a queimar, ficar somente transparente.
3- Duas latas de atum, do qual se escorre muito bem o azeite delas.
4- Deita-se o atum dentro to tacho, mistura-se muito bem com a cebola e deixar refogar mais um pouco até a cebola desaparecer. Nesta altura e para disfarçar, juntar picante, à vontade do Comandante, um pouco de caril em pó e, quanto for necessário de azeite mas virgem ( ao gosto e segundo a escolha do Comandante mediante as medidas apresentadas e testadas).
5- Num tacho à parte, coze-se massa, 300 gramas, que pode ser esparguete, “fussiles” ,cotovelos ou outra qualquer desde que não seja muito miúda. O esparguete deverá ser partido aos bocados.
6- Colocar a massa já cozida dentro do tacho do atum, deixar cozinhar um pouco para ficar bem misturado e bem quente, juntar mais azeite ou um pouco de água, natas ou leite, se estiver muito oleoso e seco, uns pimentos de conserva encarnados( facultativo).
7- Afinar os temperos, principalmente o caril, picante e o sal.
Por último, servir generosamente, colocar pão na mesa, regar generosa e copiosamente com um bom branco muito fresco e leve (não alentejano).
De seguida, café e delicias de Portimão, Whisky “double malte” sem gelo e um bom charuto que poderá ser cubano.
São o que de Melhor se fez em construção naval.... Os desenhos de hoje, se bem que mais praticos, não têm esta beleza ( que o tamanho ajudava a dar) de linhas, fluidez a dizer andamento rápido,-Qual Veronique - e senhores de muito conforto no mar, ao contrario de hoje. Podia-se ter alguma coisa cá por Lisboa, não fosse a cegueira endémica dos senhores que têm calhado na rifa ao Porto de Lisboa . Estes barquinhos são normalmente navegados no verão, para gáudio de todos os que por eles passam os olhos.... Oferta do Nosso GLOBETROTTER de serviço, o meu compadre Zé Pais.
Esta bucólica cena passa-se em CANNES, e o bicho que aqui placidamente pasta, foi observado pelo meu compadre Zé PAis, quando andava em trabalhos por aquela zona; Trata-se com certeza da bandeira do mar ( Madeira) , mas na mesma lamentável pois vem quilhar as estatisticas sobre o nivel de vida dos Portugueses.....
Pois, já sei que vão dizer que é a versão soft, que foi feito só para nós, e os mais aguerridos vão com certeza atirar com um despejo de Cuba, ou algo assim.... Mas reparem na volta deste menino(?) : Cabo Verde, Antilhas ( fica bem) e agora Europa( tinha bilhete de ida e volta); Além de ser O primeiro da década, foi o primeiro do Século, para não falar do Milénio.
Do AMIGO e mmmmmmbas(?) do Veronique, mítico veleiro da nossa praça, o mais belo veleiro do......
Este fim de semana descobri uma escritora brasileira, Nélida Piñon de sua graça. O Verão passado, em Ponteareas, na Galiza, conheci uma senhora brasileira, que se não era esta escritora, era Jezebel por ela.
De qualquer forma, a meio da entrevista, descreveu a forma como a sua mãe fazia o bacalhau, que me chamou a atenção.
Chama-lhe bacalhau à Carmen Piñon, a sua mãe, e é muito parecido com o nosso bacalhau abanado. Recomendo a experiência.
A diferença para o 'abanado' é que o azeite é previamente aquecido com o alho esmagado, antes de se baldear para dentro do tacho, com os mesmissimos ingredientes do 'abanado', acrescidos de pimento cortado aos cubos pequeninos e de corintos, a gosto. Sem agua também.
Claro que o copo de gin é imprescindivel, passado de bombordo a estibordo uma vez e duas em sentido contrário, e bebido de seguida sem entornar nenhuma gota fora da boca
Nova; A classe VOUGA nasceu porque parece que havia algumas pessoas da região com garagens iguais, ou pelo menos muito semelhantes; Série de 4 fotografias enviadas pelo Batelzinho ( eng. Batel para todos os não intimos), lidissimas a deixar saudades.....
Encontrei esta fotogtrafia, que me foi oferecida em tamanho gigante pelo amigo Arsénio Nunes, também ele com um pézito sempre dentro de água.