domingo, novembro 15
sábado, novembro 14
HORA LEGAL, OU NEM TANTO
No meu grupo, sempre que há grandes almoçaradas, e após os cafés com tudo, deliciam-se uns, a combinar grandes matanças de porco, outros a combinar enormes viagens e mais almoçaradas, outros ainda que pura e simplesmente adormecem no meio da bagunça. Hábitos de emprego.
Há pouco, tive o prazer de estar numa mesa e de ter uma alteração de peso, seguida de um trovejar também de peso sobre a mudança da hora; Sim, esta nossa manobra bianual, (Março e Outubro) que tem tanto de estupidez como de desinteresse para todos nós.
Pelo que sei, até 1911 andávamos cerca de meia hora atrasados em relação a GMT. A nossa hora legal era 36 minutos e 45 segundos antes da hora no meridiano de Greenwich. O que estava certo com o Sol, que "navega" 15 graus em cada hora. É verdade, o malandrito não pára. E como o nosso país está em grande parte no fuso -1, (apenas algumas zonas fronteiriças estão no fuso 0) esta hora era quase certa com o Sol, com os devidos respeitos à equação do tempo, que empurrava para mais 16 minutos ou menos 14, consoante a altura do ano.
Depois em 1916, e após a França ter iniciado o que seria a Hora de verão, Portugal seguiu a pisadas, e lá começámos nós com a dança dos relógios, para trás e para a frente, seguindo muito provavelmente os nossos hermanos, para acompanhar as modernices da época: Os comboios. O que não nos ficava mal. E isto veio até 1966, com a interrupção da Guerra Mundial, onde apareceu a dupla aceleração: Adiantava-se em meados de Março uma hora; em fins de Abril avançava-se mais uma; em fins de Agosto atrasava-se uma hora e em fins de Outubro voltávamos hora de Inverno (hora do meridiano de Greenwich).Mas isto compreende-se perfeitamente.
Em 1966, fartos desta geringonçada, seguiu-se a Europa na procura da hora única em todos os países da Europa Ocidental e Central, para obviar às perturbações que as mudanças de hora originavam nos transportes e telecomunicações internacionais. Portugal não poderia ter ficado alheio a esta corrente, e em Outubro ficou consagrado que no território do Continente a hora legal passaria a ser durante todo o ano a hora da Europa Central, isto é, o Tempo Universal aumentado de uma hora ; a Madeira passaria a ter durante todo o ano a hora do meridiano de Greenwich e os Açores menos uma hora.
Depois, em meados da década de 70, voltámos a mudar.
Fulaniza-se estas coisas, e depois é o 1912 outra vez.
O dia solar médio e o dia solar verdadeiro apenas coincidem quatro vezes ao longo do ano: 15 de Abril, 14 de Junho, 1 de Setembro e 24 de Dezembro; depois a diferença pode variar entre menos 16 minutos e 23 segundos em 4 de Novembro até mais 14 minutos e 22 segundos a 11 de Fevereiro.