terça-feira, outubro 3

MAR AMARGO

Pois o mar também sabe ser duro, e a factura normalmente é alta. Esta noite, perdeu-se um veleiro nas rochas de Leixões. Possivelmente, iria a entrar, a fugir ao tempo, e encalhou de encontro às rochas, lá ficando, e levando consigo os seus tripulantes. Não sei como as coisas se passaram, mas sei, que como sempre, as buscas não puderam ser realizadas devido ao estado do tempo; Ou ao facto de ser noite. Ou não haver meios; Ou a não.... Repito que não sei como as coisas se passaram e falo só por raiva; Da incapacidade que temos ( congénita) de lidar com estas situações; Desde 1975 que conheço o mar profissional e a brincar , e sempre, mas sempre, pedi a Deus, ou a quem estiver de serviço na ocasião, que, a acontecer-me alguma coisa, que fosse lá para cima, para os mares da civilização; Podia até ser mesmo aqui ao lado em Espanha, mas aqui não, que eu sempre soube que não havia ninguém ou nada que me pudesse valer. Iria com toda a certeza ser de noite, ou as condições de tempo não o iriam permitir, etc, etc.... a ladaínha de sempre. Não sei se foi o caso agora, mas foi mais um caso. Agora também ( e talvez) se perceba o porquê das empresas de rebocadores do porto de Lisboa terem sido TODAS comprados pelo Holandês ( não, não foi o flying Dutchman) . Os bombeiros não terão a preparação necessária para este tipo de incidentes.- de facto, só com MUITÍSSIMOS anos de mar é que se começa a compreender esse colosso - nem têm que a ter; Há sim quem tenha, por legislação essa incumbência; Se não podem, que aluguem, que subcontratem! Para mim quer-me parecer que no regime de voluntariado, portanto SEM CUSTOS, se deverá encontrar a solução; Como já houve, e estupidamente já não há. Um pequeno aparte, e um relato do que me contaram ser verídico: há já alguns anos, era eu Imediato do ECO GUADIANA, sob o comando do Cap. Campos, ( saudades) ouvi a seguinte historieta: -Recebeu-se uma chamada telefónica aqui em Lisboa na empresa que funcionava como AGENTE ( forwarding agent) , de um navio ao largo da nossa costa, a pedir transporte urgente para um tripulante com uma mão quase decepada; Os rapazes na empresa fizeram o que sabiam, e há que desencantar um helicóptero para o efeito. Contactada uma base aérea, quem atendeu não sabia onde estava o Oficial de Dia, e portanto não podia assumir a responsabilidade; Dada a insistência das várias chamadas que foram sendo feitas ao nosso homem da base , sabem a resposta dele à urgência?? E quem paga a gasosa do bicho??? O navio, esse, foi até Lagos, incrementou-se o turismo Algarvio em 1 baleeira e 6 homens ( um ferido, é certo), e a mão, ou foi colada ou arranjada no hospital lá de baixo, isto passadas umas boas 12 horas (pelo menos) após o incidente. Agora pensem.....

segunda-feira, outubro 2

ANTONIO COUTINHO

Três aspectos da vida de um navio de pesca; Na faina de pesca, com os quetes ajeitadinhos, fundeado à espera dos botes e a navegar; Reparem como os embornais deitam fora a agua embarcada.....Quer dizer que já tem bastante peixe, e que a água já anda pelo convés.
Em todos os navios desta época, a vivencia estva dividida pelos castelos: À proa a cozinha e o rancho, com beliches para a maioria dos pescadores. A ré, alguns pescadores, contra-mestre e os motoristas, capitão e imediato. Não embarcavam piloto. Esta ordem fazia com que a comida fosse confeccionada à proa e comida na câmara`a ré, depois de passar pelo convés. Em dias de temporal, e eram muitos, imagine-se como era.... Muita vezes, os empregado de camaras chegava todo sujo de comida, nas mãos, cara e peito, mas a jurar que a comida não tinha caído, e ele com ela, e nós sorríamos e comiamos sempre....

domingo, setembro 24

ALÔ TEJO

Aqui vamos nós, com a maré como tinha previsto, em bom andar e direitos a Alcantara....

ESPICHEL - A OUTRA FACE

É já o lado norte do cabo que aqui tenho; Os tiros já tinham acabado, e eu mal dado por eles! Daqui a pouco seriam as praias dos Mecos, Caparicas, o Cristo Rei de Costas, etc....

sábado, setembro 23

TC HELENE

Pé ante pé, mais um que saiu da calha para vir chatear o meio do atlantico, e quem lá anda. Traz muito vento associado, ainda.

CABO ESPICHEL

Já há algum tempo que o tinha no horizonte, e preparava-me para passar próximo dele, para entrar em Lisboa com a maré e alguma folga, por forma a não ter de andar “ `a carreira” para fazer as coisas da chegada. Por estas alturas começo a ouvir no VHF os avisos à navegação, que ao contrario do que muitos ainda pensam, talvez ajudados pela forma como são lidos e pouco divulgados , são importantíssimos para as gentes que fazem do mar a sua vida, ou o seu prazer. Depois de passar ao Ch 11, lá sou confrontado com o aviso de fogo real à volta do Cabo Espichel, requerendo-se para isso um resguardo apropriado ( 3,5 mi). Ora, não creio que o exercício de tiro tenha sido combinado depois do café da manhã, que a Armada ainda faz as coisas como deve ser ( algumas, claro, fogem a tudo). Nem que se tenha pensado que o cabo iria estar vazio à hora do almoço. Isto apesar de ser SEGUNDA FEIRA. Vindo eu de Sines, saído de Madrugada, creio que deveria ser afixado de forma bem visível - a chamar a atenção - os benditos avisos, o que permitiria fazer as pernadas de outra forma; Creio que não estão afixados, pelo menos de forma a serem facilmente consultados; Na ocasião cruzou-se ( alcançou-me, melhor dito) o GALP MARINE, a caminho de Lisboa para abastecer os paquetes, que referiu não haver no NAVTEXT informações sobre o tal exercício; De forma que solicitou uma moratória de 20 minutos, começando a guerra com este atraso.Também outras embarcações – recreio e pesca – fizeram o que eu fiz: navegar para fora, chegar às 4 mi e continuar por fora do circulo de resguardo. O que poderia ter sido feito e preparado atempadamente ,na devida ocasião, evitando o “ falatório” e atrasos na guerra, sempre tão incovenientes.

É DE OURO

quinta-feira, setembro 21

O REI SOL

Durante 4 dias, estive , só com o Afonso, sem mais preocupações do que cozinhar o " tacho" sem horas, com imagens como esta pela frente . Como diria o Veiguinha, " sem palavras". E eu acrescento : - Para quê ?

quinta-feira, setembro 14

LUAR AO SOL

O Sol levantava-se com a preguiça da manhã, e a Lua teimava em ficar de pé; São ambientes quase mágicos, estes . Nesta noite tinha tido a companhia de umas dezenas, largas, de golfinhos, que fizeram as delicias do Afonso ( até à exaustão) e as minhas, claro. Também desisti, de brincar com eles; Fizeram cerca de 1 hora a roçarem no barquito, como a querer brincar. Fantástico.

PEQUENO ALMOÇO

Bacon, ovos e queijo, foi a receita deste dia; Não muito bem apresentado, é certo, mas o balanço ditava as suas leis; Por outro lado, o Afonso tinha acabado de acordar, e como sózinho tinha de cozinhar e manter o quarto, o " pôr a mesa " ficou relegado para segundas núpcias. Não é grave, não é bonito, mas é prático.

quarta-feira, setembro 13

QUARTO DE VIGIA

Deve ser assim a cara que se faz, quando se olha para o relógio e se vê o tempo parado.... São 13 anos, claro, mas o entusiasmo , sempre que solicitado é o mais genuíno que possa haver. Tenho um grande companheiro para as minhas viagens ( zitas).

SINES

"D. Pedro pela graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve A quantos esta carta virem faço saber que os Homens Bons de Sines me enviaram dizer que se fosse minha mercê de os fazer isentos da sujeição de Santiago do Cacém cuja aldeia era e que fosse vila per si que eles se queriam cercar e fazer aquele muro que ora começaram por si E pediram-me por mercê que os quisesse isentos e livres da dita jurisdição e lhes outorgasse que esse lugar de Sines fosse vila per si e houvesse jurisdição de si e juízes para fazerem justiça e direito (...) E eu vendo o que me rogaram e analisando os prós e os contras da situação geográfica desta minha terra porque aquele lugar está em aquela costa de mar E porque estando assim descercado podia por aí a minha terra recear grande dano. E querendo fazer graça e mercê aos ditos lugares de Sines Tenho por bem e mando que o dito lugar de Sines seja isento da sujeição de Santiago do Cacém cuja aldeia era e que seja vila per si."
Sines é o ÚNICO porto de recreio, com condições para receber as embarcações provenientes do norte, entre Lisboa e Lagos, no Algarve; Sem ser muito distante, é-o em demasia; Lamento este ano, e se calhar porque era 2ª feira, não encontrar restaurantes abertos.... Na ida para almoçar; E na volta para Jantar! Está a acontecer o Campeonato do Mundo de Caça Submarina, deixando por isso, muitos de boca à banda, e sem compreender como é que é possível.

O SOL

O nascer do Sol, será talvez o momento mais marcante de qualquer viagem por mar.... Raramente , se tem , em terra, a sorte de o ver nascer do horizonte, ou porque á mais luz, ou porque há obstáculos, ou até não se está a pé normalmente a esta hora ( disponibilidade).Para mim sempre o foi; Embarcado como imediato , muitos e muitos anos, tinha a meu cargo ver se o Sol se levantava bem, conferir erros das agulhas com a ajuda dele, e mais tarde ter uma recta de altura, para preparar a posição do meio dia; Também, se fosse caso disso, fazia uma rectas para a velocidade e o abatimento.

DIAS DE SETEMBRO

Começou desta forma o dia 4 deste mês; Já levava toda a noite a navegar, pois tinha saído de Lisboa ( Alcantara) no dia anterior; Pouco vento, e com os dias contadinhos - 1 semana - para férias, vamos com o pano e o motor reduzido, mas a ajudar; A genoa , quando bate, enrola-se um pouco; se mesmo assim não dá, ficamos só com a grande; Rizada, que a prudencia e a pouca tripulação aconselha. Pouca mas excelente, diga-se; O Sol aparece-nos assim, lá para NE; Um Sol paneleiro, como diria o Xico Corte Real, nas madrugadas da Terra Nova, à espreita de sinais do Céu, para a sua pesca.

terça-feira, agosto 29

O ERNESTO E O JOHN

Até que pode ser um bom rapaz, mas vem danado com a vida....

E todos os que fazem do mar a sua vida, ou a sua paixão, temem estes encontros, que normalmente são únicos . Nesta imagem o caminho esperado; Mas não se pense que estas coisassó acontecem no Atlantico e nas Caraíbas; Lá ao lado, do outro lado da lingua de terra, a mesmissima coisa, só que lá já vai no (J)OHN , 11 E.

Vejam lá essas gentes, como vivem....

segunda-feira, agosto 28

O REGRESSO

E como tudo o que é bom acaba depressa e a a saladinha de ovas com azeite transmontano e vinagre do pingo doce também estava a dar as ultimas, despachámops as ultimas cervejinhas geladinhas, e vai no ir para lisboa , a aproveitar alguma agua ( muito pouca, de facto).

DELMAR CONDE

O Delmar Conde , há muitos anos a fazer barcoletas, fantásticas para a Ria de Aveiro, ( digo eu ,que sou de lá), os DC /$=, o que com a tecla Caps Lock em baixo dá 740 , construiu este 12 metros , embarcação rapidissima ( nas popas é demais, segundo dizem), que ele e os filhos , e com a ajuda de alguns amigos , tripulam de forma brilhante; Desta vez, e, Cascais, a coisa não terá corrido tão bem, mas já não tem de demonstrar nada, especialmente, quem vem das classificações da regata à Madeira e de Lagos.
Parabéns!!!!!

O DC 1200, foi desenhado também por Delmar Conde. Há já uma versão de grande turismo (?), passe a publicidade.