ILHAVO - AVEIRO ARMADORAS DE PESO

Sabemos da “lei mental” , tão sabiamente promulgada por D. Duarte, em 1433, depois de andar a fermentar na cabeça de El Rei D. João I; Compunha-se de seis artigos: 1º - Todas as terras , bens e herdamentos da coroa doados a quaisquer pessoas,.... fiquem sempre INTEIRAMENTE ao seu FILHO LEGITIMO VARÃO. 2º - Indivisibilidade das transmissões 3º - MASCULINIDADE das ditas, excepto por mercê do Rei, ou especial doação. 4º - O anteriormente dito, aplica-se também à transmissão de padroados de Igrejas da coroa. 5º - A mesma coisa para foros, rendas e direitos reais. 6º - Não aplicabilidade a contratos de aforamento ou emprazamento onde se guardaria a respectiva forma. A coroa queria, reaver algumas coisitas, por questões orçamentais, e para agora , passados estes anitos, eles estarem aí para serem vendidos. Ora esta lei tinha também o efeito de relegar as mulheres ( o mulherio, no dizer dos eclesiásticos) para um plano secundário, marginalizando-as, e corroborando a SANTA IGREJA CATÓLICA APOSTOLICA ROMANA, que apregoava a inferioridade feminina. Na pratica, a coisa voltava à coroa sempre que não houvesse pilas na família. Pois, e por isso, ou apesar disso, NA MINHA TERRA, em 1550, muito anos antes da revogação desta leizeca (13 de Agosto de 1832) as mulheres, ( o mulherio, como atrás se viu) tinha um papel importantíssimo no, imagine-se, difícil mercado do armamento marítimo; Fosse por que razão fosse, sós ou em parceria com parentes machos, “elas “ detinham quase 50 % da frota Mercante e de pesca. De facto, em naus e navios de algum porte, os registos apontam para 36 navios da Marinha Mercante de comercio externo. Ora as nossas amigas são integralmente detentoras de 2 navios e 1 nau, que comerciavam pela Europa.